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{FP] - Kaíra Keat Bittencourt ♥ Semideusa ♥

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Mensagem por Kaíra Keat Bittencourt Dom Jan 06, 2013 11:08 pm



Ω Ficha - Semideus Ω

Nome Completo do Personagem: Kaíra Keat Bittencourt.
Nacionalidade & Naturalidade: Americana, Nova Iorquina.
Idade e Data de Nascimento: 15 anos - 6 de maio.
Sexo: Feminino.
Orientação Sexual: Heterossexual.
Características Físicas: Pele pálida como a neve; traços faciais marcantes, ao mesmo tempo delicados; corpo bem definido; Não muito alta, pois ainda está em fase de crescimento; cabelos castanhos avermelhados, naturalmente, mas costuma tingir os fios para vermelho vivo; Olhos castanhos, mas na luz certa fica em tom mel liquido, um tanto opacos. Possui uma beleza exótica quase hipnotizante, descrita por alguns como "inocentemente sexy".

Características Psicológicas: É uma garota rebelde, educada e apesar de ser bastante amorosa com os que ama, é fria e distante com os outros, um tanto vingativa e bastante amargurada com o seu parente olimpiano. Quando criança adorava ser o centro de tudo e de chamar a atenção de todos, mas a vida fez com que a mesma se tornasse um pouco isolada. Esconde sua vaidade de todos pois chega ter vergonha de sua ligação familiar com sua mãe. Sofre de dislexia e transtorno de déficit de atenção, o que não a impede de tirar boas notas em francês e Historia Grega. Aprecia muito todos os tipos de artes e tudo que é belo aos olhos. Não gosta de ler, mas tem um fraco por qualquer tipo de livro que fale sobre amor. Apesar de não ser muito corajosa, gosta de se testar e de se superar, não apenas para atingir metas pessoais e sim, para mostrar aos outros que pode ser mais que um rostinho bonito que cheira a rosas, como a mãe. É muito Orgulhosa e esse é o seu defeito mortal, ainda que a mesma não saiba.

Sangue: Grego.
Filiação Pai - Robert Bittencourt ||| Avô - Joseph Bittencourt
Sobre eles: O pai é um arqueólogo, segue vivo, mas está perdido desde que ocorreu um desmoronamento durante uma de suas escavações. O avô era um mestre de artes maciais, aposentado, foi morto por um monstro tentando defender sua neta durante um ataque.
Parente Olimpiano: Afrodite


Historia do Personagem
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• O Começo •

Não tenho muito a dizer do dia em que vim ao mundo, afinal não lembro de nada, nunca me falaram aonde ou como eu nasci e o mais intrigante de tudo... Minha mãe simplesmente desapareceu após o meu parto, não, ela não morreu, desapareceu mesmo. No começo achei que havia sido abandonada, mas sempre que perguntava quem era minha mãe, meu pai, Robert, um arqueólogo famoso e muito dedicado, respondia: "sua mãe é uma deusa!!"... Nenhum homem guardaria tamanha "afeição e carinho" por uma mulher que o houvesse abandando com uma filha recém nascida, por isso apaguei essa hipótese da minha cabeça e tentei descobrir a verdade, mas eu nunca fui do tipo muito estratégica, não chegava a ser necessariamente lesada, pois desde os três anos, fazia uma maquiagem perfeita, sem ninguém ter me ensinado, conseguia colher essências de rosas pra criar perfumes com água e álcool e sabia combinar roupas melhor que muitos estilistas que eu via em desfiles de moda pela televisão, estranhamente as outras crianças "normais" assistiam desenhos animados, mas isso não me agradava muito, a não ser que fossem contos de fadas, com belas princesas, usando vestidos lindos e vivendo belas historias de amor. Entretanto, nada me agradava mais do que admirar meu reflexo no espelho, como dizia meu pai, era um costume que eu tinha desde bebê. Sempre que podia tomava em minhas pequenas mãozinhas qualquer coisa que me refletisse, ele no começou achou que era por causa do brilho delas, mas depois se tocou que eu apenas queria me admirar, alias, foi olhando para mim mesma que eu dei meu primeiro sorriso, sei que parece estranho, mas não tem nada de mais em possuir um pouco de amor próprio... Aos cinco anos de idade, fui mandada para estudar em um colégio interno só de meninas, o que, a principio, não havia sido uma boa ideia, pois as meninas tinham um pouco de inveja da minha aparência física, não posso culpá-las por isso, pois, apesar de ser apenas uma criança já possuía uma beleza digna de uma deusa, talvez. Mas com o passar do tempo elas foram começando a ver minhas outras qualidades "menos egoístas", segundo elas, como por exemplo: Saber que tipo de cor combina com que tipo de pele, melhor penteado para moldurar o rosto, qual o melhor creme para cada tipo de pele e coisas do tipo, sem contar do meu dom mais útil: Desenhar e costurar qualquer tipo de peça do vestuário masculino e feminino, ninguém nunca havia me ensinado como manejar uma maquina de costura, usar linhas e agulhas, mas de alguma forma eu sabia fazê-lo. Gostava de está bonita e de ver todos a minha volta assim, mas com o tempo as coisas começaram a sair do controle, as garotas mais velhas começaram a me explorar e a ficarem cobrando coisas, me usavam como sua "escreva da moda", as vezes até ameaçavam me bater caso o pedido delas não fosse atendido a tempo. Como o que eu mais prezava em mim mesma, naquela época, era minha beleza, tive medo que uma das garotas acabasse marcando meu lindo rosto, por isso, aos oito anos, pedi para meu pai me tirar daquele lugar. Ele, mesmo tendo que engoli o orgulho e recorrer a alguém que o desagradava, o fez, assim me levando para morar com meu avô, Roger, em sua chácara...

• Indo Morar com o Vovô •

Achei que não conseguiria me adaptar ao lugar que meu avô morava, mas pra minha surpresa a chácara do mesmo era bem agradável e bonita, tinha flores por todos os lados, alguns animais de campo, como: vacas, cavalos, galinhas e etc... A principio achei que não ia gostar dos animais, mas até que era legal, ainda mais que a chácara era bem organizada, alguns peões, que trabalhavam ali, davam duro para manter o lugar em perfeita harmonia. A construção central se tratava de um casarão, de dois andares, não muito luxuoso, mas bem aconchegante e de beleza clássica, sua decoração era um pouco oriental, o que me fez lembrar que essa era a descendência de minha família. Bem, apenas meu avô carregava no rosto os traços de lá, minha falecida avó era americana e meu pai tinha puxado as características dela, por um momento invejei as japoneses com sua pele lisa e macia, e seus olhos puxados, começando a imaginar que eles ficariam melhores em mim. Mas vamos ao que realmente interessa, meu avô, Roger. Ele era uma figura forte e marcante. Alto e bonito para sua idade, seus olhos puxados e com algumas marcas de ruga em seu rosto, cabelos curtos e grisalhos, ele era bem do tipo que você olharia e diria que não passava dos quarenta anos, mas se olhasse de perto, dentro de seus olhos, poderia ter certeza que ele carregava nas costas muitos anos de experiencia e vida. Logo atrás da casa principal se encontrava uma outra construção um pouco mais atraente, ela era dividida em duas partes, a da frente era uma grande varanda, do tamanho de uma quadra de tênis com alguns colchonetes azuis e rosas espalhados pelo chão e a outra era do mesmo tamanho só que completamente fechada, possuindo janelas de vidro largas e grandes só que não se podia ver como era dentro pois cortinas pretas sempre ficavam tampando a visão. O telhado da construção era lindo e muito semelhantes aos de templos budistas. Mas tarde descobrir que era ali que meu avô treinava seus alunos, mas a alguns meses ele tinha se aposentado para se dedicar inteiramente a algo que necessitaria de mais atenção. Por algum motivo sempre sentir que esse algo era eu, mas nunca tive coragem de perguntar diretamente, pois meu avô era do tipo intimidador o que me desencorajava a tentar algum tipo de aproximação. Do outro lado da propriedade, quase nos limites, ficava uma outra construção que, por fora, parecia abandonada, mas por dentro estava em perfeito estado, era uma especie de galpão aonde meu pai guardava suas preciosidades arqueológicas. Na primeira vez que entrei la fiquei muito encantava e impressionada, não que eu ligasse muito pra importância histórica daqueles artefatos, mas eram lindos e eu tinha um certo fraco por tudo que era belo aos olhos, assim como eu mesma. A variedade de coisas me chocava, era uma explosão de cores, beleza e formas, como se fosse um lugar com tudo que a de belo no mundo, um museu compacto sem a parte chata. Alguns peões cuidavam da segurança do local para impedir a entrada de ladrões, mas eu tinha carteirinha de vip, por isso podia entrar e sair quando me desse vontade. Pude notar que com o passar dos anos meu pai havia mudado um pouco o foco de suas pesquisas saindo da arte do, que parecia ser, Egito, e entrando de cabeça no mundo das mitologias gregas, sei disso porque estranhamente conseguia entender com facilidade o que estava escrito em grego antigo, mas veja bem, ter facilidade em ler grego antigo não quer dizer que eu era fluente naquela língua, mas se considerar que coisas escritas no meu idioma fugiam de mim pelas paginas do livro, só o fato delas ficarem paradas, ou melhor dizendo, se arrumavam para que eu pudesse entendê-la, já facilitava muito. Enfim, aquele era o tipo de lugar em que eu me sentia bem, pois sabia que cada coisa que estava ali, havia sido tocada pelo meu pai e como eu sentia muita falta dele, aquele lugar, de certa forma me mantinha ligada a ele, mesmo que no fundo eu soubesse que não era uma ligação real.

• Athena, Deusa do Amor... Não, pera... •

Meu avô e meu pai nunca se deram muito bem, parecia que algo na profissão do meu pai desagradava meu avô, o pior de tudo era que boa parte de suas brigas, eram por minha causa, pelo menos foi o que eu pude notar na primeira e única vez que meu pai havia ido me visitar, na chácara do meu avô, dois dias após a minha chegada. E o assunto de suas brigas foi exatamente o mesmo durante todo o final de semana em que ele esteve la:
- "Ela tem que saber" - dizia meu avô.
- "Ainda não, ela não está preparada!" - Respondia meu pai.
- "Então eu irei prepará-la" Replicava meu avô. E assim as brigas começavam e acabavam, como se eu nem estivesse presente para opinar sobre minha própria vida, tudo bem, que naquela época adorava ser o centro das atenções e ser o assunto mais falado da casa, mas ser ignorada como se eu não existisse era algo que eu não gostava. Meu avô sempre achou que eu deveria está preparada para algo e que, infelizmente, meu destino não poderia ser mudado, sempre falou que se eu não estivesse pronta meu fim poderia ser muito trágico. Ok, ele parecia está exagerando, mas por sorte (na verdade, azar) meu pai sempre o manteve afastado de mim com suas loucuras de destino e etc... Agora que iria morar sozinha com ele, não tinha para onde ou para quem correr... Pelo que notei, nos anos em que ficamos sem nos falar ele também tinha começado a estudar sobre mitologia grega, ou algo do tipo, já que em seu escritório havia amontoados de livros gregos que pareciam mais novos que eu, comparados aos outros livros que pareciam está ali a anos, sem nunca serem lidos. Estranhei de cara a mudança de habito do meu avô, ainda mais o fato de ter encontrado algo em comum entre ele e meu pai. Meu avô sempre quis que meu pai seguisse seu caminho, mas o mesmo era muito intelectual e largou os treinos, logo que atingiu a adolescência, para se dedicar apenas aos estudos. Comecei a desconfiar que meu avô queria que eu fosse sua sucessora, mas se ele achava que eu iria arriscar meu rosto a sofrer algum arranhão ele estava muito enganado, nunca ousaria nem chegar perto do "templo" de treinamentos dele, mas, assim que fiquei sabendo que meu avô tinha mandado instalar um espelho do tamanho da parede sul de sua sala, praticamente me mudei para lá. O espelho era enorme, tanto em altura quanto em largura, semelhante aos dos "estúdio de ballet". Ocupava toda a extensão da parede frontal do lugar, por isso não importava em que parte da sala você estivesse podia ser "visto" facilmente pelo espelho. A moldura do mesmo era muito interessante, toda esculpida com cupidos e querubins, com algumas rosas e corações também. Meu avô me disse que era feito em homenagem a uma Deusa grega, chutei Athena, que até o momento eu acreditava que fosse a deusa do amor, mas ele não me deu a resposta certa e apenas sacudiu a cabeça negativamente murmurando um - "você tem muito que aprender menina" - Apenas revirei os olhos e seguir me admirando no espelho. No mesmo dia, mais tarde, meu pai me levou a seu armazém dizendo que queria me apresentar a alguém antes de ir embora, estranhei o fato de não ter ninguém além de nós ali dentro, mas então ele me levou a uma porta, que até então eu não havia reparado, pois era uma porta camuflada. Lá dentro era uma especie de santuário pra alguma Deusa - Afrodite, deusa da Beleza e do amor, entre outras coisinhas também. Gostou daqui? - Perguntou meu pai, apesar de pequena a salinha suportava muitas coisas, quadros estatuetas, e até algumas joias bem bonitas - Sim, papai, ela é uma Deusa linda, mas porque você me trouxe aqui? - Ele me olhou sério e disse meio desapontado - Seu avô me contou que você confundiu ela com a Athena, deusa da sabedoria... - Meu pai começou a falar, mas eu o cortei cansada - Oh não, uma aula não, por favor... Qual o problema de eu ter errado o nome de uma deusa grega, eu nem sei quem são os outros quinze mesmo!! - Meu pai se agachou pra ficar da minha altura e disse - São só doze filhinha, mas acredite é importante você saber sobre eles... - Suspirei e perguntei - Por que papai? - ele fez aquela cara que os adultos fazem quando não querem continuar um assunto e murmurou - um dia tudo vai fazer sentido, te prometo isso, mas por hora vamos, porque eu tenho que seguir viajando... - Fiz uma carinha triste e ele me abraçou, odiava que meu pai passasse mais tempo procurando coisas sobre uma deusa e seus parentes mortos, aquilo me dava muito raiva, não gostava de ser posta em segundo plano por ninguém, muito menos pelo meu próprio pai - Sabe de uma coisa?... Você se parece muito com ela, tão linda quanto Afrodite!! - Gostava de ser elogiada, claro, mas por algum motivo não gostei muito daquela comparação era por causa dela que ele passava tanto tempo longe, só por que ela era mais bonita que eu - Fala sério - Disse despeitada e em um tom irritado - Eu sou muito mais bonita que aquilo!!! - terminei de falar apontando para um quadro da deusa que estava pendurado numa parede. No mesmo instante o quadro caiu, na verdade ele pulou da parede como se estivesse se jogando em cima de mim e um trovão explodiu do lado de fora do armazém, mesmo não tendo nenhuma nuvem de chuva no céu quando entramos. Não sei ao certo o porque, mas no momento sentir como se o que eu acabara de dizer tivesse mudado completamente o rumo da minha vida e uma onda de tristeza se apoderou de mim, pelo resto de dia.

• Caindo nas Armadilhas do Vovô •

Meu pai havia ido embora momento depois do ocorrido com o quadro da Deusa e eu fui me olhar no espelho que ficava no templo do meu avô, como fiz todas em as tardes, que se seguiram, quando a sala de treino estava desocupada. Duas semanas depois de minha chegada meu avô começou a fazer seus treinamentos no mesmo horário em que eu estava na sala, era inevitável, não ver seus movimentos bem elaborados pelo espelho, parecia uma dança bem sincronizada, ainda mais com aquela musica calma e impactante tocando ao fundo, só então me toque que aquilo que ele fazia era uma forma de arte, pois era belo e eu tive vontade de me ver fazendo aqueles movimentos belos através do espelho. Sempre fui muito vaidosa e tudo que era belo me atraia como imã, então simplesmente levantei e comecei a copiá-lo naquela dança que poderia ser fatal, quando usada por aqueles que tinham sabedoria o suficiente para aprendê-la (o que não era exatamente o meu caso). Assim, sem nem ao menos notar, comecei a praticar artes maciais com meu avô, além de todo fim de tarde praticarmos Yoga juntos, coisa que eu gostava muito mais, pois em uma pesquisa (no yahoo respostas) vi que Yoja ajudava a deixar o corpo definido e a mente sã, não ligava muito pra parte da mente, mas com o tempo fui aprendendo que mente e corpo estavam conectados e que para um ser belo o outro também tinha que ser. Quando me dei conta era a mais nova aluna do mestre Roger, com direito a uniforme e tudo, claro que eu customizei totalmente o meu para que ficasse mais do meu estilo, tingir o tecido branco de rosa e bordei algumas flores em suas extremidades. Claro que meu avô odiou a transformação, mas deixei claro que só seria uma "discipular" sua, se ele me deixasse usá-lo. Na base de muitos treinos, lentamente, dois anos se passaram. Não vou dizer que graças a meu avô passei a ser menos vaidosa, mas graças a ele aprendi a amar e admirar outras formas de beleza, tanto físicas, quanto espirituais, assim com os livros, não qualquer tipo de livro, mas aqueles que narravam historias de amor. Sempre fui muito romântica e meu avô pareceu ter notado isso, pois ele usava meu fraco por contos românticos para me fazer aprender sobre mitologia grega, não entendia por ele queria que eu aprendesse isso, meu pai queria o mesmo, mas mesmo sem interesse no tema só pelo fato de ter amor do meio eu acabava gostando, sem contar o fato de eu não me atrapalhar tanto quando estava lendo coisas escritas em grego, era muito melhor do que ler em meu idioma com as letras voando da pagina. Agora sabia dizer, com um pouco de esforço, quem eram e para quê serviam cada um dos doze deuses olimpianos, alguns deuses menores e algumas criaturas mitológicas, devido a suas menções dos meus contos românticos. Só então me toquei que tudo que ele fazia se tratavam de armadilhas, o espelho na sala de trinamento era uma isca pra que eu começasse a trinar artes maciais, as historias gregas de amor eram iscas para me fazer estudar "sem querer" e no final em vez de ficar com raiva eu só conseguia ficar grata, pois ele se esforçou tanto descobrindo meus gostos para me fazer aprender coisas que eu nunca pensei que seria capaz de aprender ou entender. Por isso, amava muito meu avô, se hoje eu não sou só um rosto bonito com uma porta no lugar de cérebro é graças a ele, que usou todos os meus defeitos (qualidades) para me fazer ser melhor do que era, me fazendo quebrar meus próprios limites e ir muito além do que era esperado de mim.


Chegada ao Acampamento
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• Prólogo •

Quando se descobre que é filha de um Deus, você pensa que vai passar a morar em algum tipo de castelo medieval em cima das nuvens, cercado por servos e tendo uma serviçal pessoal que te banhasse e te vestisse, com direito a um guarda roupa do tamanho de um campo de futebol com os mais variados tipos de roupa em todas as cores imaginariamente possíveis. Sei, porque foi exatamente dessa forma que eu pensei que seria quando descobrir que era filha de uma Deusa, mas em realidade, tudo era bem diferente e contraditoriamente cruel, como algum tipo de piada irônica, macabra e sem graça, vocês vão entender o "por que"...

• O começo... do Fim •


Era dia 6 de maio, meu aniversario de dez anos, nunca havia tido chance de fazer uma mega festa, primeiro, porque eu nem ao menos tinha amigos para convidar e segundo, porque meu pai estava sempre tão ocupado memorizando datas históricas, em seu trabalho de arqueólogo, que mal conseguia lembrar do dia do aniversario da própria filha, mas devo admitir que fiquei muito surpresa quando dois embrulhos de presentes chegaram apenas dois meses adiantados, normalmente ele costumava errar a data entre seis ou oito meses. Bom, meu avô muito rigoroso escondeu os presentes com o intuito de só me entregá-los na data certa, admito que tentei encontrar, mas meu avô era muito mais inteligente e sábio que eu, o que dificultou bastante minha "missão", mas agora finalmente iria receber meus presentes e minha agonia iria acabar. Meu avô tinha preparado um lanche de fim de tarde especial de aniversario, com minhas comidas favoritas. Tinha arrumado tudo como se fosse um piquenique no templo de treinamento da chácara, meu lugar preferido. Mas não se engane, eu não era nenhuma viciada em lutas e treinamentos (pelo menos não naquela época) o que se passa, é que ali ficava o maior espelho da casa, e eu simplesmente tinha um fraco por olhar para mim mesma, meu avô dizia que era uma grande distração, pois durante os treinamentos eu abaixava a guarda apenas em ver meu reflexo. Por isso nos últimos meses ele passou a me vendar durante os treinos o que pareceu ter dobrado meu TDAH. Sem ver, eu não conseguia ficar parada, meus impulsos ficavam mais fortes era como se meus instintos de luta simplesmente ficassem me alertando o tempo todo que algo iria acontecer e eu não deveria ficar parada esperando, a sensação quase me enlouquecia e o pior era que ele me fazia usar aquela venda durante a maior parte do dia, me sentia castigada, pois perdia a oportunidade de ver as variedades de coisas belas que existiam pelo mundo, sem contar que vendada eu não poderia ler meu contos de amor. No primeiro mês foi muito complicado, mas com passar do tempo eu já conseguia sentir as vibrações do meu "inimigo" e bloquear seus golpes, assim como pintar minhas unhas perfeitamente bem... Já tinha se passado cerca de seis meses vivendo no escuro e eu não podia negar, que mesmo sendo muito rigoroso, meu avô sem duvida era um ótimo mestre para conseguir me fazer entender e admirar a bela arte de lutar. Parei de olhar meu reflexo na colher de prata com que tomava sopa de rosas (minha comida favorita no mundo) e fitei os dois embrulhos de presente, pensando em como era bom poder "ver" de novo, como eu evoluir muito nos treinos vendada, meu avô tinha me dado um presente extra de só ter que usa venda nos treinos, o resto do tempo poderia ficar livre dela - Sabe menina, acho que você já pode abrir seus presentes... bem tomo esse é o meu - Disse meu avô me estendendo o maior pacote. Se tratava de uma caixa retangular, larga, grossa e pesada, só pelo formato sabia que era um livro. Abrir o pacote e vi que minhas suspeitas estavam certas, mas eu não fiquei desapontada, no livro tinha as melhores historias de amor da mitologia grega - Obrigada vovô, eu adorei... - falei, sorrindo sinceramente. Logo abrir o presente de meu pai, era do mesmo tamanho que o de meu avô, só que um pouco mais leve. Duvidava muito que o cabeça oca do meu pai fosse me dar um livro que eu gostasse, mas ai, abrir o embrulho e um "gritinho" animado escapou sem querer dos meus lábios. Pela primeira em dez anos, meu pai finalmente tinha acertado em um presente, se tratava de uma meletinha prata, com estrelas douradas em volta. e dentro tinha quase um micro salão de beleza, com maquiagens, esmaltes, tesouras, um micro secador acompanhando de uma micro prancha, tudo que uma garota como eu poderia querer. - Sei que é tarde, mas vou ligar pro meu pai - Disse saindo do templo sem dar tempo de meu avô me impedir, logo meu pai atendeu a ligação e antes mesmo de eu conseguir falar ele disse - filhinha... - Seu tom era desesperado o que me deixou muito assustada - Eu posso não voltar - coisas explodiam ao fundo e parecia que tinha algo desmoronando - As coisas na minha escavação não estão indo nada bem, nem sei como o sinal pegou aqui em baixo, preciso de ajuda, tem que ligar pros meus companheiros e dizer que... - Nesse instante uma explosão bem alta aconteceu ao fundo da ligação como se muitas coisas estivessem caindo no chão ao mesmo tempo e a ligação foi cortada - Papai... PAPAAAI. Por favor, me responde!! - Eu gritei inutilmente para o celular, enquanto meu avô correu para varanda, tentando entender porque eu gritava, mas antes mesmo de eu conseguir falar que tinha algo errado acontecendo com meu pai, algo errado começou a acontecer com agente...

• Eu Simplesmente Mato um Monstro •

...Um vulto negro passou por perto de nós e eu corri para perto de meu avô, nessa altura eu estava com vontade de chorar porque sentia que algo horrível havia acontecido com meu pai, mas não podia me dar ao luxo de fraquejar naquele momento, pois algo estava pra acontecer e eu tinha que proteger meu avô... Sentir algo vibrando do meu estomago, mas apenas me mantive quieta, quando pegadas se aproximaram e ficaram cada vez mais forte, pareciam cascos de cavalo ou algo do tipo, por entre as sombras um homem apareceu, e ele era, definitivamente, a coisa mais estranha que eu já tinha visto na vida (até o momento) me sobressaltei, reparando cada detalhe do seu corpo multante... Da cintura pra cima era um homem negro, com chifres na cabeça e o resto do seu corpo era formado de algum animal galopante... - Temo ter chegado atrasado - a "coisa" disse - Rápido vamos sair daqui - Não me movi, sabia o que ele era, já tinha visto gravuras deles em um de meus livros de mitologia grega românticos - Sá... sá... sátiro - gaguejei surpresa - Você é um sátiro!! - Ele revirou os olhos meio impaciente e disse - Culpado. Agora vamos... Eu não fui o único que sentir a sua "presença"... - olhei confusa para o meu avô e ele disse - Você tem que ir, menina, aqui não é mais seguro pra você... - Ele entrou no templo e eu fitei o Sátiro - Como assim, sentir minha presença? Do que vocês estão falando?... Eu gosto de morar aqui vovô... - No mesmo instante ele saiu do templo com uma mochila de viagem que eu não tinha visto antes, e um arco junto a uma sacola para flechas - Eu sabia que esse dia chegaria, por isso tinha algumas roupas suas arrumadas nessa sacola, agora coloquei meu presente e o de seu pai... - Estava chocada de mais para falar, ele estava mesmo me deixando ir com aquele estranho - Eu posso ver o que os outros não podem - Ele disse pro Sátiro e o mesmo acenou com a cabeça como se aquilo explicasse tudo, pelo visto só eu estava totalmente perdida ali - Tome isso, é um arco muito antigo espero que sirva para de proteger, algumas dessas flechas estavam no armazém do seu pai, ele não sabe que eu peguei, mas tenho certeza que elas ainda vão salvar sua vida - tinha muitas coisas acontecendo rápido de mais para o meu cérebro poder acompanhar, por isso entrei no modo "automático" e apenas afirmei com a cabeça arrumando tudo em minhas costas, não sabia o porque, mas confiava no sátiro que estava querendo me levar embora e se meu avô estava me deixando ir, era sinal que ele também confiava no desconhecido. Assim que terminei de me arrumar, dei um forte abraço do meu avô e me aproximei do Sátiro - qual é o seu nome? - Ele pareceu está em duvida, mas logo respondeu, colocando a mão no meu ombro e me empurrando pra frente, como se quisesse me fazer, andar mais rápido - Hood, que nem em Robin Hood... - Estávamos um pouco longe do templo quando uma explosão aconteceu no fundo do mesmo, abalando a estrutura e fazendo a mesma desabar, jogando Hood e a mim no chão - VOVÔ? - eu gritei ao me levantar notando que ele tinha acabado de entrar no templo. - Hood, meu avô, temos que salvar meu avô. - ele fez uma cara como quem diz: sinto muito, é tarde demais. Que eu preferir ignorar, e murmurou - Vamos ter que lutar... - Não gostei dele não ter respondido quando falei do meu avô, mas seu tom de voz me assustou... Íamos ter que lutar, mas contra o que? tive medo de perguntar, uma nova explosão aconteceu e uma coisa grande, verde musgo e fedida saiu por entre as sombras - Isso não é muito bom... Um Ogro selvagem... - quase perguntei se tinha coisas "domesticas" daquela coisa, mas as palavras morreram em minha garganta quando a coisa me olhou faminta e berrou, correndo em minha direção. Tentei me mover mais não conseguir, estava muito assusta e nervosa pelo meu avô. Fechei os olhos no momento em que o monstro ia me bater com seu bastão, mas o impacto nunca veio, Hood havia se jogado na minha frente e quando voltei a abrir os olhos ele voava para longe como se fosse uma bola de beisebol, indo para longe, bem longe. O ogro gritou na minha cara e eu tive que ser muito forte pra não desmaiar com aquele bafo de esgoto e esterco de cavalo. A coisa era grande, feia e muito lenta, cada passo seu fazia o chão tremer e seus olhos, enfim não importa era muita baixa pra conseguir vê-los o monstro me deu um soco e eu conseguir me jogar no chão desviando, o que não foi muito esperto porque quando me dei conta um pé enorme vinha na direção de minha cabeça, conseguir rolar pro lado a tempo, então me levantei e corri na direção do templo, agora completamente destruído, formando uma colina de escombros com meu avô bem embaixo dela. Lagrimas teimosas começaram a rolar pelo meu rosto aceitando que meu avô não poderia ter sobrevivido aquilo. Tropecei em uma rais que estava no chão e cair, me rastejando até ficar com as costas contra os escombros o monstros lambeu os lábios e alisou a barriga, como quem diz: hora do jantar. E começou a caminha na minha direção. Hood reapareceu atrás do Ogro, fiquei um pouco feliz por ver que ele estava bem. O monstro pareceu não ter o notado, nem eu mesma teria se não fosse o TDAH que me fazia ficar muito alerta as vezes... Hood fez um gesto como se manuseasse um argo e soltasse uma flecha na direção do ogro, achei que ele tava usando alguma arma invisivel, mas como nada acontece me toquei que ele estava tentando me alertar de algo. Sentir um forte impulso de desistir de tudo e implorar pela minha vida, mas o ignorei quando finalmente capitei a mensagem de Hood. Peguei o arco que estava nas minhas costas, meio desajeitada e peguei uma das flechas tentando arrumar uma coisa na outra, mas eu não sabia como. O ogro pareceu notar o que eu fazia e começou a correr na minha direção, mas parou ao receber uma pedrada de Hood em sua cabeça, isso me deu um pouco de tempo pra entender a mecânica do arco e dar a minha primeira flechada que atingiu o ombro do monstro, mas ele reagiu como se um graveto tivesse o atingido. Comecei a ficar mais desesperada e a atirar mais flechas que atingiram partes diferentes do corpo dele, mas nada o parava até que peguei em minhas mãos. Uma flecha que era um pouco diferente das outras, só então lembrei que meu avô tinha tido que algumas flechas era da coleção do meu pai e que ele achava que elas iriam salvar minha vida. Aquela com certeza era uma delas, parecia feita de ouro e era muito bonita com detalhes bem desenhados em sua calda[?], que me lembravam gravuras gregas. É, essa sou eu, a menina que mesmo a beira da morte consegue arrumar tempo pra reparar em pequenos detalhes decorativos sem importância. Mirei a flecha no peito do ogro e a soltei. Diferente das outras, essa, fez ele parar e em questão de segundos a besta começou a se dissolver na minha frente como pó e foi levado pelo vento... Somente alguns anos depois tomaria consciência de que, provavelmente, aquela flecha poderia ter sido feita de bronze celestial.


• Acampamento Sem-teto •


Depois que Hood finalmente me convenceu a parar de olhar nos escombros em busca de meu avô, agente seguiu uma trilha pela floresta, que ficava no fundo da chácara do meu avô, e seguimos até uma clareira aonde ele assobiou e dois cavalos alados desceram do céu, você deve está achando que isso me impressionou muito, mas não. Depois de perder o meu avô, provavelmente meu pai e lutar contra um Ogro nada mais me impressionava. Hood me ajudou a montar no meu cavalo alado branco e subiu no seu marrom lama. Era bizarro o fato de que da cintura pra baixo havia um bode montando um cavalo com asas. Antes mesmo de sairmos do chão eu deitei minha cabeça na crina fofinha do cavalo e peguei no "sono". Estava exausta e cansada, sem contar que eu já tinha recebido informação de mais para uma noite.

[...]

Quando acordei já era dia, me movi meio desorientada e quase cair do cavalo, mas por sorte eu conseguir raciocinar e me equilibrar a tempo. Hood estava acordado e parecia não ter dormido a noite - Não tem perguntas a fazer? - Pensei um pouco e disse - Meu avô morreu mesmo? - Ele engoliu em seco, como se tivesse esperando que eu perguntasse qualquer outra coisa e respondeu - Sinto muito, mas... - o interrompi dizendo - Ok, entendi... Pra onde estamos indo? - Ele sorriu de lado, como se estivesse esperando a noite toda pra poder me contar isso - Estamos indo pro acampamento meio-sangue, o único lugar realmente seguro pra pessoas especiais como você... - Olhei em volta, reparando pela primeira vez na paisagem e alisei meu cavalo dizendo - Porque eu sou especial? Eu sei que sou diferente, mas não chego a ser especial - Ele pareceu refletir aquilo por um tempo e perguntou - Sabe o que significa meio-sangue? - Fechei meus olhos, forçando um pouco minha mente, já tinha visto essa palavra varias vezes em meus romances gregos - Meio humano e meio Deus? - Ele voltou a sorrir e disse - exatamente, e se o acampamento meio-sangue é seu lugar, se supõe que você seja filha de um Deus, no caso uma Deusa já que seu pai é um mortal comum - prendi a respiração por um momento, quando perguntava a meu pai quem era minha mãe ele respondia que ela era uma Deusa, agora tudo fazia sentido - ...Pela sua beleza eu apostaria em uma Deusa em especial, mas ainda é muito cedo pra dizer, vamos ter que esperar ela te reclamar primeiro... - Dessa forma a conversa acabou, ainda tinha muitas coisas pra perguntar, mas me sentia bem, emocionalmente falando, pra entrar em um assunto sobre minha mãe, já bastava o fato de ir está morando no mundo dela.

[...]


Pouco tempo depois nossos cavalos pousaram em uma colina e seguiram trotando até a entrada principal, quando nós descemos e entramos no tal acampamento sem-teto. Era um lugar incrível, mas não me empolgou muito, com certeza eu saberia decorar um por um, daqueles chalés, de uma forma muito mais bonita, alguns só precisariam de algumas mudanças para ficarem perfeitos do meu ponto de vista, outros me custariam alguns anos, o maior era quase perfeito, mas tinha brilho de mais, talvez alguns detalhes em tons escuros o deixasse ainda mais elegante, um chalê em vermelho vivo chamou minha atenção, não pela beleza e sim pelo mal gosto, com certeza muitas coisas teriam que ser mudadas para que aquilo se tornasse habitável por mim, era muito violento. Passamos por um lugar com muitas plantas que eu achei o mais agradável, outro próximo, era muito bonito e me animou bastante era em tom rosa pastel, muito bem decorado e com rosas espalhadas por todo o lugar - Posso ficar naquele? - Perguntei apontando para o chalé rosa - Bem, você não escolhe aonde quer morar... o chalé que escolhe você... Cada um representa um Deus e só um filho dos mesmo podem morar neles - Ele fez uma pausa como se soubesse, ou suspeitasse de algo e disse - E... que bom que você gostou daquele, é o chalé de Afrodite! - Ele seguiu andando e eu congelei por um momento, odiava essa Deusa, por causa dela meu pai não tinha tempo pra mim, apesar de seu chalé ser o mais bonito preferiria ir pra bem longe dele, só pra não correr o risco de ser filha dela, mas o pior é que no fundo eu sabia que ela era minha mãe, sempre soube... Eu sempre fui muita linda de mais para uma garota de dez anos e ela era a Deusa da beleza, sem contar que meu romantismo pode muito bem ter surgido do fato de minha mãe também ser a deusa do amor. Agora tudo se encaixava, mas mesmo assim não a queria como minha mãe, não queria nenhum deles como meus parentes. Eles eram maus e egoístas... Principalmente minha suposta mãe, nenhuma visita, nenhuma ligação, nenhuma carta, nada... Sair de meu desvaneio e continuei seguindo Hood - Aquele Ogro, não era dos mais fortes, você teve muita sorte!! - Revirei os olhos e ri indignada falando - Sorte?... Você acha que eu tive sorte? Aquele cara soterrado em baixo de um templo era meu avô. E ele ta morto agora. - Funguei rapidamente tentando conter as lagrimas - tantos meses de treinamento jogados foras. Ele passou os últimos anos de vida dele me treinando para absolutamente nada. - Dizendo isso corri me escondendo em qualquer canto do acampamento, pois precisava chorar um pouco e colocar tudo para fora. Sabia que ele tinha me seguido, mas o ignorei. Depois de um tempo sair do meu cantinho e exploramos o acampamento, sem voltarmos a falar do meu momento de fraqueza.

[...]

...Aproximadamente cinco anos se passaram, por algum motivo minha mãe nunca me reclamou, eu sabia quem ela era, todos sabiam de quem eu era filha também, digamos que isso estava na minha cara, mas mesmo assim eu seguia no chalé de Hermes. Nos primeiros dois anos foi bem difícil, apesar dela não ser minha Deusa favorita, no fundo sempre quis me juntar aos meus irmãos do chalé de Afrodite, me sentir parte de algo, voltar a ter uma família, já que meu pai havia desaparecido e meu avô morrido. Até rezei para ela, pedindo que me reclamasse, mas nada adiantou. Como se já não fosse muito, minha relação com os outros campistas nunca foi uma das melhores, na primeira semana até me dei bem com o pessoal de Afrodite, eles também achavam que eu seria reclamada logo, mas com o passar do tempo eles se afastaram como se tivessem encontrado algum defeito muito grande em mim, ou um motivo pra eu não ter sido reclamada. Acabou que no final eu só tenho uma única amiga verdadeira, Erin Dallas, filha de Quione, deusa da neve, ao longo dos anos muitos garotos se aproximaram de mim, mas muito poucos deles com intenção de realmente fazer amizade comigo. Com exerção de dois ou três, entre eles um filho de Ares, Sebastian, meu melhor amigo do sexo oposto, quase um irmão para mim e um filho de Deméter, Ed, não era tão próximo quanto Sebastian, mas ainda podia considerá-lo um bom amigo para os momentos mais tensos... A partir do terceiro ano resolvi que se Afrodite não me queria como filha eu também não a queria como mãe e passei a renegar algumas de minhas características que me ligavam a ela, claro que não deixei de ser linda, eu nasci assim e isso eu não posso mudar, mas raramente me olhava no espelho em publico ou ficava fazendo fofocas em grupinhos, como as outras meninas do chalé de Afrodite, o que fez elas se afastarem muito mais. Mesmo que algo dentro de mim morresse cada vez que não seguia os meus instintos de moda, me vestia como qualquer garota do acampamento se vestiria, tirando nas festas. E nos treinos me esforçava mais que qualquer outro filho de Afrodite, não permitia que ninguém me julgasse pela aparência ou me subestimasse. Meu avô passou dois anos me tirando do castelo em que eu vivia e me "acordando" para a vida. Dar sempre o meu melhor era o mínimo que eu poderia fazer para honrar a memoria dele.


• Oferendas para Hera •

Sei que sempre disse que não precisava de uma mãe, e não precisava mesmo. Mas ficar tanto tempo no chalé de Hermes me fez reconsiderar minha decisão. Só que eu não iria engolir meu orgulho e rezar para Afrodite de novo, isso me mataria mais que qualquer coisa, dessa vez iria recorrer direto a "Dona da Casa", quem sabe ela me ouvisse. Era dia 5 de maio, um dia antes do meu aniversario de 15 anos, momento de me tornar debutante e eu não passaria ele dormindo no chão frio do chalé lotado de Hermes, de maneira nenhuma, eu merecia muito mais que aquilo. Não que eu fosse melhor que qualquer outro campista, mas eu tinha que me dar um pouco mais de valor se não ninguém o faria por mim.

Quando todos estavam ocupados com suas tarefas andei delicadamente em direção ao chalé dois, era fim de tarde e eu tinha que ser rápida, pois logo nos chamariam parar jantar. Ninguém daria minha falta na mesa lotada de Hermes, com exceção de Erin, e acredite, mesmo sem poder falar ela seria capaz de fazer o maior escândalo já visto no Acampamento Meio-sangue se notasse minha falta. Adentrei o chalé vazio e fechei a porta atrás de mim com cuidado para não derrubar a caixa que trazia em mãos. Logo que ajoelhei diante da estatua da deusa que tinha ali e comecei a arrumar tudo em forma de um altarzinho. Se tratava de um pequeno bolo de casamento, uma bandeja com uma unidade de cada docinho típicos em festas matrimoniais e Salada de romã. Arrumei tudo de forma que o bolo ficasse no centro aos pés da Deusa, os doces de um lado e a salada do outro. Esperava que o estomago da deusa fosse tão forte quanto ela, já que eu tinha feito o bolo e a salada. Bom, pelo menos o bolo estava bonito esperava que o sabor estivesse tão bom quanto a aparência. A salada foi feita com ajuda de uma ninfa da floresta e os docinhos eu encomendei via internet, sabia que era arriscado, pois podia atrair monstros, só que o complicado mesmo foi convencer um confeiteiro a entregá-los no meio do nada, digamos que eu sou uma garota bem persistente. Por ultimo tirei uma aliança do meu bolso e a coloquei no centro do bolo em cima da rosa de chocolate. Era com ela que meu pai pediria Afrodite em casamento quando a mesma resolveu ir embora. Suspirei satisfeita pelo meu trabalho e fechei os olhos focando todas as minhas emoções e minha força de vontade em minha palavras. Hera era a ultima "pessoa" a qual eu poderia recorrer e minhas ultimas esperanças estavam depositadas nela - Hera, hã, oi?... É... Eu não estou muito acostumada a pedir nada a ninguém, sempre fui muito orgulhosa, sei que a senhora sabe bem o que é isso... E sei que a senhora sabe bem também a importaria da família. Por isso venho lhe fazer esse apelo. Por favor aceite minhas oferendas e faça minha mãe me reclamar, amanhã, no meu decimo quinto aniversario. Juro que diferente dela, seguirei seus valores e serei fiel ao meu primeiro e único marido, mesmo depois de sua morte seguirei devota a ele... Assim como és com Zeus durante todos esses milhares de anos, pois um exemplo feminino tão guerreiro e belo como vossa alteza, deve ser seguido e idolatrado por todas as mortais e semideusas do planeta... - Uma leve brisa com cheiro de romã passou por mim. Me perguntei se era uma resposta de Hera ou apenas o cheiro da Salada. Sem mais, me ergui e fui embora mentalizando coisas positivas em relação a Hera, carregando no peito o fio de esperança que o meu apelo tinha me trazido.

Na noite do dia seguinte, não sabia ao certo o que acontecia, ninguém sabia que era meu aniversario e continuariam sem saber, não queria abraços ou presentes de pessoas que não me amavam, com exceção de alguns amigos. De fato, a única coisa que queria era ser reclamada e poder viver com meus irmãos do chalé 10, mesmo que eles não gostassem muito de mim, família era família, não podíamos ficar sem uma para sempre... Já era quase hora de nos recolhermos e eu estava quase perdendo as esperanças quando um brilho vermelho apareceu sob todo meu corpo. Meu coração disparou, não podia crer, mas estava acontecendo. Todos os campistas me fitaram, alguns assustados e outros admirados, com certeza depois de cinco anos eles acreditavam que eu não seria reclamada, mas agora, graças a Hera estava acontecendo. Uma das meninas do chalé 10 se aproximou de mim com um espelho de mão (relativamente grande) e murmurou - A Benção de Afrodite!!! - Meus cachos rebeldes estavam arrumados elegantemente, meu rosto maquiado feito de uma forma madura, o que me vez parecer mais velha. Eu vestia um lindo vestido preto sexy e provocante, um pouco de mais para o meu gosto. Usava luvas pretas delicadas de renda e um colar vermelho que combinava com o meu cabelo. Sapatos de saltos bem altos como eu nunca usará antes na minha vida e um anel de prata sobre a luva. (clique aqui para ver) Resumindo estava maravilhosa de uma forma que eu vinha evitando está por três anos, me sentia um pouco desconfortável, a muito tempo tinha deixado toda aquela vaidade de lado, me focando apenas nos meus treinamentos, mas aquela era minha noite, só de saber que minha mãe tinha feito algo contra sua vontade fazia eu vibrar de emoção. Olhei pro céu e agradeci silenciosamente a Hera enquanto o diretor de atividades do acampamento me anunciava formalmente como filha de Afrodite.

Apenas dias depois notei que um sinal estranho havia aparecido nas minhas costas, um pouco acima da altura do meu quadril, se tratava de algo como uma tatuagem, uma marca, em forma de uma pena de pavão. No começo me preocupei, mas logo relaxei sabia que aquilo deveria ser coisa da Hera, da mesma forma que sabia que nada que a deusa fizesse por mim seria de graça, e preferiria dessa forma, meu orgulho era grande de mais para que eu me sentisse em divida com alguém, agora era só esperar e aceitar de bom grado o "chamado" da Deusa. Mesmo sendo do chalé de Afrodite eu não relaxei com os meus treinamentos, os meu irmãos ainda tossiam um pouco nariz pra mim, afinal demorei cinco anos para ser reclamada, mas eu confiava que um dia aquilo iria mudar. Graças aos bons Deuses a benção de Afrodite tinha ido embora em menos de dois dias e eu pude voltar ao meu estilo antigo, rebelde e sem chamar muito a atenção. Não deixaria aquela deusa me mudar e nem tinha vontade de ser fútil como ela, era bonita do meu jeito e não precisa de nenhum truque magico para isso. Me orgulhava de ser diferente de minha mãe, podia até ter herdado a beleza dela, mas minha personalidade e meu espirito de luta tinham vindo direto do meu avô e eu nunca deixaria que minha natureza morresse ou fosse "maquiada", ainda mais agora com o meu novo brinquedinho magico. A corrente Celestial, minha indomável arma magica...



Extra: Arma Magica
.

• Corrente Celestial •

Normalmente aparenta ser um colar comum com pingentes de coração, mas quando o seu portador está em perigo ele pulsa como um coração avisando do perigo e quando arrancado do pescoço (mesmo sendo quebrado) se transforma em uma corrente com a extremidade principal em forma de um coração cheio de espinhos semelhantes ao de uma rosa, e na outra extremidade se localiza um "lançador" que também pode ser usado como lança por possuir uma ponta bem afiada que pode furar o inimigo. É toda cercada por uma aura de bronze celestial, encantado por Hefesto para que ficasse vermelho, cor que agradava sua mulher, pois era a cor das rosas e também simbolizava a paixão. Essa aura pode pulverizar qualquer monstro, contanto que um dos espinhos consiga perfurar a pele do inimigo. Quando o perigo passa a corrente volta a ser um simples colar no pescoço de seu dono, isso ocorrerá também se a mesma for perdida, partida ou jogada fora, a única forma de se "livrar" dela é a presenteando para outra pessoa. É preciso muita pratica para dominá-la perfeitamente.

♥ Historia ♥

A corrente Celestial é uma criação de Hefesto, segundo ele foi feita com o intuído de agradar sua mulher, Afrodite, pois a mesma adora joias, mas na verdade se tratava de mais uma de suas armadilhas. A mesma carregava um espirito maligno e se transformaria em uma arma letal quando Afrodite estivesse com um de seus amantes e o atacaria até a morte, mas a Deusa da Beleza descobriu os planos do marido a tempo então o fez desfazer o encanto, colocando na arma o espirito de um lutador apaixonado por ela, assim sempre que o portador da joia corresse perigo o espirito o protegeria durante suas batalhas. Depois de um tempo Afrodite enjoou do brinquedinho novo e o passou adiante, entregando para uma de suas filhas quando a reclamou. No caso a bola da vez foi Kaíra em seu aniversario de 15 anos, que só conseguiu ser reclamada graças a Hera que aceitou suas oferendas e atendeu aos seus apelos.
:♥ Aparência Comum ♥:
:♥ Aparência de Batalha ♥:






PS: Qualquer menção feita a Deusa Hera, aka rainha do olimpo, foi feita com autorização da mesma.


Última edição por Kaíra Keat Bittencourt em Ter Jan 08, 2013 5:50 am, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Poseidon Seg Jan 07, 2013 8:13 pm

Aprovada, seja bem-cinda ao fórum, Filha de Afrodite.

OBS: Sobre a arma, será seu presente de reclamação.
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Mensagem por Kaíra Keat Bittencourt Ter Jan 08, 2013 5:53 am

♥ Historia Editada para se adequar a "obs" do Rei do Mar ♥
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